quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Capitão Jobim e o marinheiro Unger


A maior proeza da Marinha Brasileira em águas rasas foi afundar um submarino parado na Baía da Guanabara, em pleno Natal de 2000. Era o Tonelero S-21, que submergiu 10 metros no cais do 1º Distrito Naval, por "problemas nas válvulas". Marujos desavisados daquela noite viram a carreira afundar com ele.

Hoje, alheio ao feito, o ministro da Secretaria de Ações de Longo Prazo, Roberto Mangabeira Unger (PRB) - que ainda não teve a patente aprovada pelo Congresso - nada em águas mansas e vislumbra um futuro promissor para a Força que controla os outros seis submarinos que sobraram na frota. Unger botou na cabeça que o país precisa de uma embarcação nuclear. O projeto, na verdade, havia sido abandonado pela Marinha há anos. Quem desengavetou o nuclear foi o ex-ministro da Defesa Waldir Pires, que passou o comando para Jobim. Mangabeira, marinheiro de primeira viagem, precisava de um projeto em que fosse o timoneiro para mostrar trabalho ao presidente Lula. Embarcou nessa e levou junto o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

O submarino é realidade - assim esperam - para daqui a 15 anos. Jobim e Unger são dois nobres homens experts em direito, não em defesa. A Marinha comportou-se e não afundou mais navios. Diante desse cenário, o governo se viu seguro para investir mais de R$ 1 bilhão no plano da dupla de advogados.


Carnaval cossaco

Ontem, Jobim e Unger encontraram-se com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e fecharam contratos para troca de experiências na Defesa. Vão para a Rússia esta semana e voltam dia 6. O carnaval promete, num roteiro traçado por Mangabeira. A idéia de Jobim é buscar experiências que fortaleçam o Brasil e fomentem a indústria civil. Quer também trazer tecnologia para as três Forças e aumentar o poder de dissuasão.

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