sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O novo conselheiro de Lula


Vítima do fogo amigo petista no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, está em alta no Palácio do Planalto. Transformou-se num dos principais conselheiros de Lula devido à sua capacidade de medir, em contatos internacionais, a temperatura da crise que ronda a economia americana e de apresentar relatos mais realistas sobre seus possíveis impactos no Brasil.

Na reunião ministerial de quarta-feira, por exemplo, Meirelles reproduziu o discurso governista, entoado em público, segundo o qual o país está bem preparado para reagir a uma desaceleração da maior economia mundial. Ressaltou, no entanto, que a expansão do PIB nacional será até um ponto percentual menor se isso ocorrer. Lula já deixou claro que prefere as advertências ao palavrório otimista de outros integrantes do governo.

O presidente se apega à cautela personificada por Meirelles por dois motivos. Primeiro, porque credita à política monetária, dita conservadora, parte da responsabilidade pela reeleição em 2006. Segundo, porque não quer abrir espaço para o descontrole da inflação, o que reduziria o poder de compra da população e teria o potencial de minar as chances eleitorais dos aliados nas eleições municipais deste ano.

Cientes dos humores do presidente e do prestígio de Meirelles, governistas não saíram a campo, como faziam com freqüência, para protestar contra a decisão do BC, de quarta-feira, de manter a taxa básica de juros em 11,25% ao ano.


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