A novela envolvendo Edison Lobão Filho, o Edinho, e a vaga de senador deixada por seu pai no Senado poderá ter desfecho hoje, quando o empresário, que retornou ontem do exterior, anuncia se assume ou se pede licença. Edinho informou pela assessoria que vai entregar aos presidentes do Senado e da Câmara um dossiê contendo documentos em que responde ponto a ponto as acusações de sonegação, uso de laranjas para ocultar dívidas e irregularidades em concessões de veículos de comunicação. O empresário, que ainda está filiado ao DEM, deve reunir-se ainda hoje com seus assessores para organizar a defesa, mas ainda não definiu se assumirá o mandato imediatamente. Ele tem um prazo de 60 dias, renovável por mais 30, para se decidir. Caso se licencie, a vaga pode ser assumida pelo segundo suplente, Remi Ribeiro, que é do PMDB.
Orientação
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), conversou ontem por telefone com Edinho e recomendou que, para evitar um desconforto, o empresário deixe o partido caso resolva mesmo assumir a vaga deixada pelo ministro de Minas e Energia. Segundo Agripino, Edinho concordou.
- É melhor para ele e melhor para o partido - disse o senador.
A mudança de partido teria duas razões: a política (que poderia causar constrangimento tanto ao governo quanto à oposição com um senador do DEM numa vaga que pertence à base) e a moral.
O senador Romeu Tuma (PTB-SP), corregedor do Senado, disse ontem que as suspeitas são "substanciais", mas explicou que vai esperar Edinho se decidir para abrir formalmente uma investigação. Ele pediu informações à Polícia Federal e à Receita para avaliar as denúncias.
- É preciso ver se é verdade o que dizem na imprensa - afirmou Tuma