A novela em que se transformou a disputa entre o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM), para saber quem sai candidato este ano - ou até mesmo se saem os dois, rachando a aliança iniciada no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, aliás, continua sendo um dos seus principais defensores - teve ontem mais um capítulo. E muitos outros devem se suceder até que as diferentes forças que atuam dentro das legendas cheguem a um consenso. A mais esperada, já para os próximos dias, é o encontro de Alckmin com o governador do estado, José Serra (PSDB). Por ora o que se tem agendado é a reunião da bancada federal, que soma 21 deputados, para o próximo dia 12.
Um dia após o encontro entre os dois postulantes, num almoço ocorrido em um "clima ameno" na residência do presidente do PSDB paulista, José Henrique Reis Lobo, a bancada de vereadores tucanos da capital paulista divulgaram nota em que afirmam ter a "convicção de que é fundamental a preservação da aliança com os democratas, independente da candidatura que venha a ser definida", o que pode ser entendido como uma sinalização de boa acolhida ao nome de Kassab. Posição um pouco diferente da bancada federal tucana, segundo fontes do partido.
Nas palavras do vereador Gilberto Natalini, recém-indicado líder da bancada - ele assume no próximo dia 1, "a preocupação é manter uma aliança que está dando certo e não tomar nenhuma iniciativa que atrapalhe a candidatura do (José) Serra em 2010, com essa mesma aliança". Ele aproveita para alfinetar os tucanos de fora, num recado direto ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que declarou seu apoio a Alckmin em detrimento ao candidato do DEM. "Tem gente demais opinando, gente que não tem voto em São Paulo".
Para o deputado federal Silvio Torres, aliado de Alckmin, o ex-governador não deverá responder aos vereadores, "para não acirrar ainda mais essa discussão e comprometer o começo de um diálogo".