quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Demanda por educação e saúde também pode crescer


O relatório do Credit Suisse também mapeia os setores que devem ser favorecidos pelas mudanças de hábito dos consumidores, provocadas por alterações socioeconômicas e demográficas. Teixeira cita um estudo feito por Tatiane Menezes, Fernando Gaiger Silveira e outros pesquisadores, que calcula o impacto da expansão da renda sobre o consumo de diversos grupos de produtos. Para cada variação de 1 ponto percentual da renda, o consumo per capita de educação tende a crescer 1,64%, o de assistência à saúde, 1,27%, o de recreação, cultura e fumo, 1,07%, o de vestuário, 0,91%, e o de alimentos, 0,67%.

Para Teixeira, as mudanças socioeconômicas e demográficas indicam um panorama melhor para a alimentação fora do domicílio do que no domicílio. O aumento da renda, a expansão da população urbana, a redução do número de pessoas por família e a maior participação da mulher no mercado de trabalho tendem a levar ao crescimento da demanda pela alimentação fora de casa e por produtos que requerem menor tempo de preparo, avalia ele.

O segmento de ensino superior também merece destaque no estudo do Credit Suisse. Com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e do Censo Escolar do Ministério da Educação, o banco diz que, em 2006, o número de matrículas na rede privada de ensino superior cresceu 15,3% em relação ao ano anterior, quando já havia ocorrido uma alta de 9,3%. "Por enquanto, o ensino superior parece ser o maior beneficiário do aumento do gasto das famílias com educação", diz Teixeira.

O estudo mostra ainda que o percentual das pessoas entre 18 e 24 anos que fazem um curso superior vem crescendo significativamente desde os anos 90. Em 2006, o número era de 12,6%, quase três vezes mais que os 4,6% de 1992. E há uma demanda crescente por mão-de-obra qualificada.

O envelhecimento da população, por sua vez, deve aumentar as despesas com planos de saúde e consultas médias, aponta Teixeira. Em 1980, os brasileiros com mais de 65 anos eram 4% da população. Hoje, são 6,3% e, para o IBGE, devem ser 18,8% em 2050. "Vários estudos revelam que a presença de idosos na família e a renda são as variáveis mais importantes para se explicar os gastos com saúde. Num cenário de envelhecimento da população e de aumento da renda disponível das famílias, é de se esperar que as despesas com planos de saúde e consultas médicas cresçam mais rápido."

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